(.Poema do coração gramaticado. 01.02.2013)
domingo, 24 de março de 2013
.Poema do coração gramaticado.
(.Poema do coração gramaticado. 01.02.2013)
segunda-feira, 11 de junho de 2012
.Enquanto você não vem.
Os poemas estão cancelados
Os beijos estão censurados
Assim como também estão extintos
Todos os meus suspiros inúteis e febris
Enquanto você não vem
Não vejo porquê por flores na janela
Não tenho vontade de sair com a minha saia amarela
E nem sambo mais com o pé no chão,
Independente da hora
Enquanto você não vem
Os dias vão ficando roucos
Os sabores vão tornando-se poucos
E a visão se turva
Antes mesmo da lágrima chegar
Enquanto você não vem
O amor repousa quieto, adormecido
Os desejos permancem ressequidos
E a cama por fazer
Enquanto você não vem
Enquanto você não vem
Eu tento descobrir
Porque é que eu vim."
quinta-feira, 22 de março de 2012
Assim
uma tonelada!
Sim,
já averiguei.
Inquiri - em libras! -
o que meu peito a tanto carrega.
Me atordoa esse sentir
o que não vivi na pele;
Me pego num querer de mais
saudade
Sim,
pois só ela me faz lembrar da sensação
e de como tudo foi bom.
É ela que me faz viver
um tanto daquilo que,
simplesmente,
não vivi.
Confesso que esse é o motor de minha melancolia,
a inspiração de minhas notas.
Minha saudade pesa
uma tonelada de ar fresco.
terça-feira, 20 de março de 2012
Essa sensação manca
ter que entender que
nem tudo foi feito pra se entender,
minhas narinas se afogam
num mar de respostas testadas
E tudo soa falso,
tudo estala de frio.
Minhas têmporas pulsam de inveja,
as mandíbulas trincam.
Meus olhos suam meu cansaço,
meu esforço em entender
que tudo que não requer esforço
se analoga com o fim:
sem explicação, sem consideração.
Se para um começo tem que haver um fim,
o que não é explicação,
é morte evidente.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
.Inquietação.
"Um alfinete que espeta por dentro
Um desconforto que não tem paradeiro
Um silêncio que não se especifica
Um ruído que desestabiliza
Um sapato apertado no calcanhar
Um armário sem lugar pra guardar
Um mosquito perto do ouvido
Um barulho de coração partido
Na minha inquietação
O-que-espero-não-vem
O-que-não-vejo-não-chega
E o que não quero
Se apresenta
Falta um pedaço de céu
Tatuado no meu braço
Falta uma forma de abandonar de vez
Todo esse meu cansaço
Descompasso que não me convém
Inconstância que me mantém refém
Porque se não for pra ficar
Então nem vem."
.Inquietação.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
.Arremate.
É como costurar colcha
Com agulha cega
Confiando apenas
No prazer de entrelaçar
Olha-se o tear,
Inspira-se com a paisagem que acena pela janela,
Mas a lida prossegue só
Laçando linha por linha
Quem costura um amor
Cria um laço,
Um nó
E o quanto aquilo agarra no peito
Depende do manejo
Da qualidade do fio
E do desprendimento da moça
Em não se importar
Em costurar sozinha."
.Arremate.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
.Da inutilidade do amor.
Quanto a mim, o amor se atrasou
Esbaforido e suado
Sem nem cumprimentar os outros
Chegou correndo
Se desculpou pela hora
Mas não olhou para o relógio
Que era pra não dar na pinta
Desejou boa sorte a todos
E tão logo o sinal bateu
Se fechou no seu mundo
Que era aquele seu caderninho de poemas inúteis
Quase tão inúteis quanto o próprio amor
Amor que se expressa no aumentativo
Amor que não mostra a que veio
Amor que se perde no meio do caminho
Porque se distrai com outras paisagens
E eu que sempre quis um amor
Hoje faço uma última oração:
Que ele se perca de mim
Que ele me desenlace
Que ele não me seja mais tão inútil
A ocupar todos os cômodos
Que na sua ausência ele permita
Que se veja a utilidade das outras coisas tão bem-vindas
Dos sabores bonitos
Das viagens benfazejas
Do olhar alheio, tão necessário nesse momento
Porque o amor
No auge da sua inutilidade
Com sua presença concentrada de ácido-sulfuricozante
É capaz de fazer com que meus olhos se tornem inúteis
Inúteis diante de toda beleza indescritível
Que deveria haver em todo o resto
Simples assim
Inúteis diante de toda beleza inquestionável
Que deveria haver
Aqui
Bem dentro de mim
sábado, 23 de abril de 2011
Menos sintaxe
o frio.
Mas hoje,
ainda sou essa esperança de me definir;
e, um pouco,
essa frustração
de não saber quem sou.
Sim, ainda sou essa sede de certeza,
mesmo que,
já mais saciada pela vida,
bebida e degustada por
minhas sensações e esquizofrenias.
Sim, me sinto mais ouvido,
mais tato.
Me sinto mais poesia
e menos sintaxe;
mais carne, menos biologia;
mais som e menos harmonia.
Sou mais paixão e
menos teoria.
terça-feira, 15 de março de 2011
Talvez sim!...
E eu fumo meu charuto, abraço meu filho,
Talvez reze...
Poetizo minhas fantasias acreditando colaborar com algo
belo pro mundo.
(Talvez sim...)
Certamente, o talvez seja a definitiva mediana entre
o certo e o errado,
o efêmero aplauso
- sua atenção! -
E então,
rezo minhas palavras que tentarei musicar,
tomo meu vinho, fumo meu charuto,
abraço meu filho.
...Talvez seja.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
(.Chiaroscuro. 7/12/2010.)