Ao meu amigo João
Eu quero um poema de longo curso
Que navegue na pele
Daquele desavisado
Que ouse ler seus cais ilusão
Sem o devido mapa
Um poema que se esqueça
E que se entregue
Em pleno alto mar, ainda que agitado
Mas que saiba voltar pra casa
De mansinho
A ponto de se fazer despercebido
Um poema delicado
Que não se aborreça com as ondas
Que não tropece em outros barcos
E que não se perca na rota
De uma nova paixão
Um poema displicente
Metade poema, metade gente
Que percorra sem erro
Cada pedaço dessa aurora perdida
E que recorra a cada uma das minhas ilhas
Cada vez que se sentir perdido
E sem solução
Um poema que me acene de longe
Neste fim de tarde de começo de verão.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
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