quinta-feira, 22 de maio de 2008


“- Ana, me ensina um poema?
- Só se você me disser com quantas notas se faz um grande amor.


O poema vem aos poucos
Como a tarde que cai ainda agora
Deixando tudo pra trás no mesmo tom de negro
É perigoso fazer um poema nesse momento
Onde já não é noite
E onde ainda é dia
Meio termo do tempo que transforma toda temperatura
Porque à tarde sempre tem brisa
E é quando eu sento no balanço do meu quintal quieta
E descubro como são bonitos os sons da minha rua
Por instantes esqueço o quão chato foi meu dia
Que não tenho um grande amor
E que a noite já virá certeira me trazendo o fel da dúvida
Deixo as palavras me visitarem
E não procuro saber de onde elas vieram
Faz tempo que não nos encontramos
Mas grandes amigas que somos
Não perdemos o genuíno contato
Eu não pergunto o que elas andaram fazendo
Ou com quem estiveram se relacionando
As observo chegarem tranqüilas
Como observo a brincadeira dos meus cachorros na grama


Nesse momento eles são felizes
E por quase um segundo eu também.”

(.No cair da tarde. 18:17h)


1 comentário:

Unknown disse...

Agora já sei onde ir depois das visitas ao País. Lindo poema, como uma canção que chega de mansinho provocando a lágrima no canto do olho...
Ester C.